quinta-feira, 26 de agosto de 2010

DIABETES MELLITUS E ENVELHECIMENTO


A incidência de diabetes mellitus no mundo tem aumentado muito. Atinge 7,4% da população brasileira, e 17,4% se for considerada apenas a faixa etária entre 60 e 69 anos. A insulina é um hormônio secretado pelas células beta do pâncreas e é responsável pela manutenção da glicemia sanguínea em níveis adequados para o bom funcionamento do organismo. Sua presença estimula o aumento da captação de glicose principalmente em células do tecido adiposo e muscular, a síntese de proteínas, ácidos graxos e glicogênio, além de inibir a gliconeogênese, e processos degradativos, como a glicogenólise, a proteólise e a lipólise. A insulina também interfere no aumento da produção de óxido nítrico no endotélio e atua na prevenção da apoptose e na promoção de sobrevivência das células.

Em 1933, Himsworth sugeriu que a redução da sensibilidade à insulina pode estar relacionada ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 em muitos casos, e não somente a deficiência ou ausência de sua produção.

A incidência maior de Diabetes Mellitus nos idosos está relacionada a um aumento na resistência à insulina, e a outros fatores decorrentes do envelhecimento, como diminuição da massa magra, aumento proporcional da massa adiposa, doenças coexistentes, maior ingestão de carboidratos e uso de fármacos variados.

O envelhecimento leva ao deterioramento progressivo de várias funções controladas pela insulina. Quando se liga ao receptor de insulina, presente na membrana de diversas células, tal receptor se autofosforila e se torna capaz de desencadear a ativação em cascata de diversos outros elementos celulares.

Hormônios e longevidade podem ser diretamente relacionados. A supressão de certos hormônios pode aumentar a expectativa de vida e retardar o declínio das funções dependentes da idade. O envelhecimento pode ser relacionado com a capacidade de controlar as vias de sinalização da insulina que são associadas ao metabolismo e ao estresse oxidativo.

A captação de glicose nas células do tecido nervoso é independente de insulina, mas controla o apetite, o aprendizado, a termogênese e a memória. Em mamíferos, a ativação de vias de sinalização da insulina nesse tecido, induz a produção dos hormônios GH e prolactina, que estimulam vias que favorecem o envelhecimento. Além disso, Mal de Alzheimer e Doença de Parkinson parecem estar relacionadas com a sinalização de insulina (a insulina regula uma protease, que é responsável pela destruição dos depósitos de beta amilóide no cérebro de indivíduos com Alzheimer).

Pouco se sabe ainda sobre isso, mas estudos estão sendo desenvolvidos a cada dia na tentativa de evidenciar as relações entre insulina e envelhecimento.

Bibliografia: Aula 5 - Maria Luiza de Lima Aguilar Fernandes - Diabetes Mellitus no idoso

www.portalinclusivo.ce.gov.br/

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