terça-feira, 27 de julho de 2010




Como existe uma produção contínua de radicais livres no interior das células, foram desenvolvidos mecanismos de defesa para diminuir ou, de preferência, extinguir os danos causados por eles. O melhor meio é diminuir suas concentrações no meio extracelular e, para isso, têm-se os antioxidantes.

Os antioxidantes são responsáveis pela inibição da ação dos radicais livres nas células. Alguns antioxidantes são naturalmente produzidos pelo organismo, outros estão presentes nos alimentos. Podem ter diferentes tipos de atuação: podem impedir a formação de radicais livres, principalmente ao inibir as reações em cadeia com o ferro e com o chumbo; podem ser substâncias com altíssimo poder redutor, de modo que se deixam oxidar pelos radicais livres no lugar das estruturas celulares, protegendo-as; podem agir no reparo das avarias causadas pelos radicais livres, por exemplo, reconstituindo as membranas celulares danificadas e removendo danos no DNA. Os antioxidantes que agem diretamente nos radicais livres já formados podem ser do tipo “scavenger”, agindo ao transformar o radical livre em outro menos reativo, ou do tipo “quencher”, neutralizando o radical livre completamente, absorvendo toda a energia de excitação.

Eles podem ser classificados em enzimáticos e não enzimáticos, de acordo com sua estrutura. Em algumas situações, o organismo pode reagir ao aumento na quantidade de radicais livres, sintetizando enzimas antioxidantes, sendo que o sistema enzimático é o primeiro agir. As enzimas que mais se destacam são a superóxido dismutase (transforma dois ânions radicais superóxidos em um peróxido de hidrogênio), a catalase (metaboliza o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água) e a glutation peroxidase (reduz peróxido de hidrogênio a através da glutation).
Os antioxidantes não enzimáticos podem ser divididos em hidrofílicos (vitamina C, glutation, indóis e catecóis) e lipofílicos (vitamina A, vitamina E, bioflavonas).

Os antioxidantes podem ser obtidos através de uma dieta saudável contendo frutas, legumes, cereais, verduras, etc.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

SUPERCENTENÁRIOS




Tem se tornado cada vez mais incomum a existência de idosos com mais de 100 anos. De acordo com uma estimativa, aproximadamente 7 a cada 1000 pessoas chegam à marca de mais de 100 anos. Ultimamente o trabalho em supercentenários pode encobrir uma variação genética que explica a sua longevidade, que pode ser o objeto da criação de novos fármacos.




Estudos baseados em autópsias de idosos suprcentenários, na recentemente fundada Fundação de Pesquisa em Supercentenários (Supercentenarian Research Foundation), demonstram que eles não estão morrendo de doenças típicas da velhice, tais como: câncer, doenças do coração, derrame e Doença de Alzheimer. O que mata a maioria é uma condição extremamente rara em pessoas jovens, chamada Amiloidose Senil Cardíaca TTR. A proteína TTR é uma proteína que envolve um hormônio da tireóide (Tiroxina) e o transporta pelo sangue. Na amiloidose TTR, a proteína acumula e entope vasos sanguíneos, forçando o coração a trabalhar mais e eventualmente falhar.




O termo amiloidose representa um grupo heterogêneo de doenças com déposito extracelular de proteínas fibrilares insolúveis nos órgãos e tecidos. Esse acúmulo também é relatado em pessoas com Doença de Alzheimer. Diferentemente da Amiloidose Senil Cardíaca, esse depósito extracelular se dá em neurônios e é devido à proteína beta amilóide A4 que se relaciona com a formação de placas neuríticas presentes na Doença de Alzheimer. A neurotoxicidade dessa proteína leva os neurônios adjacentes à morte.




Apesar de frequentemente não apresentarem doenças relacionadas à idade avançada, para chegarem ao centenário com saúde, esses idosos não se sustentaram apenas em fatores genéticos, mas também em bons hábitos, desde de dietas a exercícios físicos, além de muita sorte .








Rferências bibliográficas:


Revista Science, vol. 231, 26 de setembro de 2008, "Searching for the secrets of super old"






segunda-feira, 12 de julho de 2010

LONGEVIDADE


No que diz respeito à longevidade, diversas pesquisas vêm sendo realizadas. Entre elas, a descoberta, em 2005, de que o gene responsável pela produção do hormônio klotho pode aumentar a vida de roedores em cerca de um terço a mais do que o normal, foi fundamental para os avanços que ocorreram nessa área até então.

Os humanos produzem o hormônio klotho, mas os pesquisadores advertem que as pesquisas envolvendo esse hormônio têm a perspectiva de melhorar as condições do processo de envelhecimento e não de aumentar a expectativa de vida. Este hormônio diminui a atuação da insulina no organismo e por isso a manipulação dele pode ter resultados negativos, como o aumento do risco de diabetes. Contudo, o hormônio combate o desgaste das células, reduzindo problemas como osteoporose, derrames e doenças cardiovasculares.


O hormônio klotho é uma proteína cujo nome foi escolhido em função de sua relação com o retardo do envelhecimento, baseando-se no nome de uma das três irmãs da mitologia grega, filhas de Zeus e Themis, que controlariam a longevidade.

Outros estudos mostram ainda a relevância do gene Fgf-23, que faz parte do cromossomo 12 e codifica um fator de crescimento de fibroblastos, atuando no metabolismo do fosfato. O Fgf-23 tem ação conjunta com o gene que codifica a proteína klotho. Em experimento, a anulação do gene Fgf-23 ou do gene codificante da proteína klotho causou envelhecimento precoce em ratos, o qual foi determinado por sintomas como: redução do peso e do crescimento; cifose; redução da atividade física e alteração da marcha; redução dos pêlos; atrofia do timo, do baço, da musculatura, da pele e do intestino; hipogonadismo; infertilidade; presença de aterosclerose e calcificações ectópicas; alteração da mineralização esquelética, com raquitismo e osteomalácia; enfisema; redução do tempo de vida.

REFERÊNCIAS
http://www.blog.endocrino.org.br/?p=29
http://www.jhoje.com.br/18072006/saude.php
http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_frame.asp?cod_noticia=1895

Envelhecimento da Pele

A pele é a grande barreira natural entre o organismo e o meio ambiente, servindo como a principal proteção contra agentes externos e como órgão sensorial e de regulação térmica. Além da sua função fisiológica, ela também possui grande importância social e psicológica. Uma das principais evidências do envelhecimento são as alterações da pele como secura, palidez, menor elasticidade e extensibilidade, manchas, rugas, alterações nos seus anexos como pêlos e unhas, entre outras. O envelhecimento da pele pode ser intrínseco, relacionado à degradação natural do organismo, ou seja, o próprio envelhecimento cronológico, ou o envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, que é causado por agentes externos que aceleram o processo de envelhecimento, principalmente ligado à radiação solar.


Durante o envelhecimento, a epiderme se torna mais fina e a quantidade de melanócitos é diminuída, porém os melanócitos que ainda restam, sofrem hiperplasia. Com a exposição ao sol, há o aparecimento de manchas senis (hiperpigmentadas, achatadas e lisas) devido ao aumento de deposição de melanina. Há também a diminuição de queratinócitos, responsáveis pela produção de queratina. Assim, a pele adquire uma aparência pálida, translúcida e fina.

Já no tecido conjuntivo (derme), além de uma menor vascularização, há perda de colágeno (confere resistência à pele), devido à diminuição de fibroblastos, que são responsáveis pela sua síntese, e a redução de fibras elastina acarretando na perda de elasticidade da pele. Essa perda de fibras elastina também é acentuada pela incidência de raios UV que penetra na pele chegando até a derme, causando danos nas fibras elásticas e um envelhecimento precoce. A elasticidade também pode ser alterada devido a formulações que atuam na atividade da enzima elastase, uma enzima proteolítica do grupo das metaloproteinases, que atua nas fibras de elastina. Essas alterações na elasticidade da pele resultam no aparecimento de rugas, pois os músculos enfraquecem e ficam frouxos.

A diminuição da atividade das glândulas sebáceas altera a secreção de materiais graxos presentes no filme hidrolipídico localizado na superfície da pele, responsável pela retenção de água na camada córnea da pele, deixando a pele com aspecto ressecado e rugoso. Os temidos cabelos brancos são também consequência da produção cada vez menor de melanócitos, responsáveis pela produção de melanina (pigmento também responsável pela cor do cabelo) pelo folículo piloso.

A intensidade em que ocorrem essas alterações depende de fatores genéticos,mas também do estilo de vida do indivíduo. Fatores como o hábito de fumar, consumo de álcool, má qualidade de alimentação e sono podem acelerar esse processo. Porém, a obtenção de uma boa alimentação e ingestão de água são métodos que ajudam a amenizar os efeitos do envelhecimento da pele.

ZUMBIDO E HIPERTENSÃO


Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da UNIFESP, em 2003, encontrou estreitas relações entre a hipertensão arterial sistêmica e a presbiacusia(perda auditiva associada ao envelhecimento que acarreta um prejuízo no julgamento e na atenção auditivos).
Estudos anteriores propunham que a perda auditiva era justificada por uma insuficiência microcirculatória devido à oclusão vascular por embolia, hemorragia ou vasoespasmo e que estes seriam produto de uma síndrome de hiperviscosidade ou microangiopatia desencadeada por diabetes ou hipertensão, concluindo que a hipertensão poderia através desses fatores provocar perda de audição sensorioneural.
Entre indivíduos acometidos ou não pela hipertensão, ao contrário do que era esperado, não houve diferenças significativas no grau de perda auditiva e sim no tipo de perda auditiva. Verificou-se ainda que a queixa do zumbido entre pessoas não hipertensas era maior.
O zumbido, geralmente associado à perda de células ciliadas da cóclea, é considerado um sintoma e não uma doença e seu mecanismo etiológico ainda é incertos. Alguns estudos apontam que este sintoma pode ocorrer em conseqüência de uma atividade neural alterada, devido a uma lesão ou disfunção em qualquer nível do sistema auditivo. È importante ressaltar que os idosos hipertensos que participaram do estudo poderiam não apresentar o zumbido porque estavam sob o uso de medicamentos que controlavam a hipertensão.
O estudo concluiu que a hipertensão não é a causa da perda de audição, mas quando associada à idade pode agravar o quadro de deterioração do sistema auditivo.


Referência bibliográfica:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rboto/v70n5/a10v70n5.pdf

domingo, 11 de julho de 2010

A ATIVIDADE FÍSICA E A TERCEIRA IDADE


Segundo o Estatuto do idoso, são considerados idosos ou pessoas de terceira idade indivíduos com mais de 60 anos de idade. Há uma tendência de envelhecimento populacional não só no nosso país, mas no mundo como um todo. No Brasil, a população de idosos era de 15 milhões em 2002 e estima-se que em 2020 esse valor tenha crescido 16 vezes em relação a 1950. Verifica-se, portanto, uma necessidade de investimentos e mudanças na estrutura social, para garantir que tais indivíduos não fiquem alienados socialmente, inativos, incapazes fisicamente, mas que tenham sim, qualidade de vida.
A atividade física pode apresentar um papel muito importante na manutenção e melhoria da capacidade de realizar tarefas diárias simples, como tomar um banho, caminhar pequenas distâncias, vestir-se e levantar-se. Um programa de atividades físicas regulares pode alterar a forma de realizar movimentos, aumentar a velocidade da execução de tarefas, além de melhorar a aptidão física (aptidão cardiorrespiratória, força, resistência muscular e flexibilidade).
A prática da atividade física também promove a diminuição de dores articulares, a melhora da auto-estima,o aumento da densidade mineral óssea, a melhora da utilização de glicose, o alívio da depressão, a melhora do perfil lipídico, o aumento da capacidade aeróbia, a melhora da força e da flexibilidade, a diminuição da resistência vascular.
Tanto exercícios aeróbios, como exercícios que envolvam força e flexibilidade são recomendados para tal idade, dependendo do gosto e da aptidão de cada indivíduo, com acompanhamento prévio de profissionais capacitados para orientá-los. A caminhada é atividade física que mais se destaca e atrai os idosos, mas estudos comprovam que a realização de exercícios com pesos, de 2 a 4 vezes por semana, estimulam a musculatura e auxiliam na manutenção da postura e do equilíbrio.
A atividade física promove mudanças no bem-estar e na disposição, sensações corporais agradáveis, alterações em quadros clínicos, com redução da necessidade de utilização de medicamentos, dando, assim, a oportunidade para que os idosos sintam-se novamente ativos e abertos para o mundo.
É importante, portanto, que o idoso tenha um estilo de vida ativo e saudável, para que tenha uma saúde de qualidade nos mais diferentes aspectos (físico, emocinal, social e espiritual).

Bibliografia: ATIVIDADE FÍSICA: UMA NECESSIDADE PARA A BOA SAÚDE NA TERCEIRA IDADE - Kristiane Mesquita Barros Franchi e Renan Magalhães Montenegro Junior

Postado por: Juliane Marchese

quarta-feira, 7 de julho de 2010

ANDROPAUSA, Verdade ou Mito?


Na verdade, não existe uma andropausa no homem como existe a menopausa na mulher. As mudanças reprodutivas, que o idoso experimenta, ocorrem durante um longo período de tempo e são mais sutis do que as mudanças na função ovariana que ocorrem na mulher (quando da menopausa). Apesar de tudo, todos os componentes da testosterona sérica (livre, ligada a proteínas e total) declinam com o envelhecimento normal.
Após os 50 anos os níveis de testosterona declinam em uma taxa de 1% ao ano. No entanto, isso não é um fenômeno constante: este hipogonadismo bioquímico é detectado em apenas 7% dos idosos do grupo com menos de 60 anos, aumentando para 60% dos idosos no grupo acima dos 60 anos de idade.

Causas fisiológicas:


  • Falência testicular ao longo dos anos
  • Um envelhecimento testicular
  • Diminuição no número das células de Leydig
  • Disfunção na perfusão testicular
  • Aumento moderado nos níveis de LH (hormônio luteinizante)
Sintomas:
  • Diminuição da libido
  • Disfunção erétil
  • Depressão e irritabilidade
  • Diminuição da massa e força muscular
  • Osteoporose


As mulheres pós-menopáusicas usam como tratamento a terapia de reposição hormonal (TRH). Esse tratamento está sendo estudado, mas ainda não se sabe a resposta individual de cada órgão-alvo em relação à dose de hormônio, apesar de os dados que, a terapia de reposição através da testosterona em homens idosos com níveis séricos desse hormônio diminuído,  possa melhorar as massas ósseas, musculares e o humor.




Postado por Celina Alves







BIOQUÍMICA DO ENVELHECIMENTO

"Envelhecer é ainda o único meio que encontrou-se de viver muito tempo. " Charles Augustin Sainte Beuve

"Todos desejam viver muito tempo, mas ninguém não quereria ser velho. " Jonathan Swift


Perda de memória, esclerose múltipla, ossos frágeis, veias varicosas, catarata, perda da audição, mudanças hormonais, impotência sexual: a lista das mazelas que acometem as pessoas à medida que envelhecem é longa e muito familiar. Por que cair em pedaços se o apogeu da experiência e da sabedoria está chegando?
Esse tema foi escolhido devido à tendência ao aumento da população idosa mundial, sendo necessária maior valorização dessa parcela da sociedade. Assim o conhecimento sobre as doenças e condições fisiológicas dessa etapa da vida vem ao encontro dessa necessidade, auxiliando no aumento da longevidade com qualidade de vida.
O nosso grupo propõe uma abordagem sobre a deterioração progressiva e contínua das funções do organismo, enfocando as doenças que acometem os órgãos dos sentidos, bem como os sistemas neuromuscular e cardiovascular. A genética que envolve esses processos, as alterações hormonais que causam distúrbios como a impotência sexual, por exemplo, e o envelhecimento precoce serão paralelamente abordados.
Junto com a genética do envelhecimento, serão elucidados os mecanismos que podem aumentar a incidência de câncer, intimamente relacionada ao envelhecimento da população. As doenças neurodegenerativas também serão citadas devido à sua grande relevância nessa fase.
Pretendemos também expor as mudanças fisiológicas que ocorrem no organismo enfocando as mudanças na atividade enzimática, incluindo a diminuição de enzimas que sintetizam neurotransmissores. Outro aspecto de grande relevância que será abordado diz respeito às teorias do envelhecimento.




A nossa preocupação é de abrir horizontes, dando ênfase para assuntos menos discutidos até então, acrescentando novidades recorrentes ao tema.
O grupo está muito satisfeito com a oportunidade de apresentar este projeto e instigado a esclarecer os aspectos do envelhecimento, com o foco primordial na análise bioquímica das reações envolvidas nesse processo.