quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Depressão em idosos


Atualmente, ainda é latente a dúvida sobre o fato de a depressão no idoso ser considerada, ou não, um tipo diferente das demais depressões. A intriga consiste em saber se a depressão é senil ou se a idade remete a uma crise aguda de depressão.
É sabido que a depressão nos idosos depende da interação entre fatores ambientais, constitucionais, biológicos e sociais. Os eventos ambientais podem ser as perdas e limitações, e os elementos constitucionais são as propensões genéticas (os traços de personalidade de marcante ansiedade).
A ruptura de vínculos sociais, perda do espaço ocupacional, a diminuição do rendimento econômico e o isolamento são elementos sociais que favorecem a depressão. A imobilidade, a dor, a ansiedade, a necessidade de hospitalização demorada e a reabilitação intensiva, o aumento de eventos vitais negativos (perdas materiais, sociais, ocupacionais), a sensação de perda do controle sobre a própria vida, a baixa auto-estima, a desmoralização, as restrições de atividades sociais e de relações interpessoais dificultadas são algumas dessas alterações, que podem precipitar o aparecimento da doença.

Critérios para depressão no idoso
1-Vários sintomas de depressão pelo menos por duas ou mais semanas.
2-Sentimento de estado de ânimo diminuído durante este tempo.
3-Presença de pelo menos quatro dos sintomas seguintes:
- aumento ou diminuição do apetite;
- aumento ou diminuição do sono;
- diminuição da energia;
- sensação contínua de fatiga ou cansaço;
- perda de interesse;
- perda de prazer nas relações sociais;
- perda de prazer nas atividades cotidianas;
- sentimentos de reprovação ou culpa de si mesmo;
- lentificação ou agitação psicomotora;
- queixas ou evidência de diminuição na capacidade de concentração.
4-Alterações no funcionamento cotidiano da pessoa (interação social, nível de atividade e busca de ajuda profissional), como causa ou conseqüência da depressão.

Um dos fatores ambientais relacionados com a depressão na idade avançada é a concentração de homocisteína no sangue. Fontes mostram que até 15% dos casos de depressão tardia deve-se aos níveis aumentados da homocisteína. Ela ainda pode estar associada a um genótipo conhecido por TT que aumenta as chances de depressão senil.
As relações homocisteína-depressão e depressão-genótipo TT reforçam a idéia da combinação de fatores ambientais e genéticos como causa de transtornos emocionais. Proporcionar aos idosos uma diminuição de homocisteína pode diminuir bastante as chances de desenvolvimento da depressão nessa faixa etária.
A homocisteína, formada a partir da metionina hepática, é metabolizada nas vias de desmetilação e de transulfuração, sendo que seus valores plasmáticos e urinários refletem a síntese celular. Sua determinação, realizada em jejum e após sobrecarga de metionina, caracteriza as diferenças dessas vias metabólicas, principalmente quando de natureza genética.
Como abaixar os níveis de homocisteína:
Comer mais frutas e vegetais (especialmente os de folhas verdes), aumentando a quantia de folato em sua dieta. As fontes de folato são: cereais, lentilhas, aspargo, espinafre e a maioria dos feijões. Além do ajuste na dieta, é bastante eficaz também o uso de folato, além de Vitaminas B6 e B12.
Referências Bibliográficas
http://www.psiqweb.med.br/site/

2 comentários:

  1. Depois de ter lido antes um artigo sobre depressão e agora este, chego à conclusão de que minha esposa, falecida em 27/08/2014, depois de uma cirurgia de fêmur e colocado uma placa de titânio, teve como principal causa morte a depressão, não obstante a certidão de óbito falar em problemas cardio respiratório agudo. Ela apresentava, há vários anos, grande parte desses sintomas relatados nestes artigos que acabei de ler. O parente próximo normalmente tem sificuldade de perceber a gravidade da doença, é sempre um terceiro que às vezes dá o alerta.
    Francisco N. Sousa

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  2. Minha vó está apresentando esses sintomas, já levei no geriatra e falei da suspeita de depressão, mas ele não indicou nenhum um tipo de tratamento, tô meio perdida sem saber pra que lado correr, se vejo um psiquiatra ou se procuro outro geriatra.

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