quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Osteoporose
Caracteriza-se pela perda de massa óssea com o desenvolvimento de ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fraturas. Faz parte do processo normal de envelhecimento e é mais comum em mulheres que em homens.A osteoporose é causada por uma falha na remodelação óssea, que é um processo contínuo de destruição e renovação, intimamente relacionada a homeostasia de cálcio e fósforo.
A unidade de remodelação óssea ocorre em quatro fases distintas: 1- Ativação: células precursoras presentes na medula óssea, concentram-se sobre a superfície óssea que será reabsorvida, fundem-se e transformam-se em osteoclastos multinucleados. 2- Reabsorção: osteoclastos ativados escavam uma cavidade na superfície óssea. 3- Reversão: quando a reabsorção está completa, os osteoclastos desaparecem da unidade de reabsorção. Então uma espessa linha de “cimento” é depositada, ela consiste de fibras colágenas organizadas ao acaso, que vão ligar o osso novo depositado ao velho. 4- Formação: Os pré-osteoblastos são atraídos para a cavidade de reabsorção criada pelos osteoclastos. Formam-se os osteoblastos que sintetizam novo colágeno e outras proteínas da matriz, preenchendo a cavidade de reabsorção com osteóide lamelar novo.O PTH, a vitamina D e a calcitonina são os principais hormônios envolvidos com a regulação do metabolismo mineral. O nível extracelular do íon cálcio é mantido estável por meio da ação destes hormônios em um ou mais sítios alvo (rins, ossos e trato digestivo).
O PTH é um hormônio polipeptídico com 84 aminoácidos sintetizado nas glândulas paratireóides a partir de um precursor, sendo um dos responsáveis pelo controle da calcemia e o mais importante na regulação das alterações agudas das concentrações extracelulares de cálcio.
A ação do PTH se dá diretamente no rim e no osso e indiretamente no trato digestivo, sempre resultando em incremento dos níveis séricos de cálcio. No rim, através de receptores específicos nos túbulos contorcidos distais, o PTH determina a reabsorção de cálcio e magnésio e a excreção de fosfato e bicarbonato. Este órgão é particularmente responsável pelos ajustes mais rápidos da calcemia. No osso, age sobre a reabsorção, regulando a liberação de cálcio e fosfato para o líquido extracelular. Embora os osteoclastos sejam os responsáveis por essa última ação, diferentemente dos osteoblastos, essas células não possuem receptores específicos para o PTH. Portanto, a reabsorção óssea osteoclástica estimulada pelo PTH decorre da liberação de fatores parácrinos pelos osteoblastos, ou ainda pelo estímulo de expressão de proteínas de membrana nos osteoblastos, que estimulam o amadurecimento e atividade dos osteoclastos
No trato digestivo, o PTH controla indiretamente a absorção intestinal de cálcio e fósforo, através da regulação da atividade da enzima que controla a síntese de 1,25(OH)2D.A 1,25(OH)2D é a forma biologicamente ativa da vitamina D. O sítio inicial de síntese endógena da vitamina D é a pele, mas esta pode também ser obtida por meio de ingestão alimentar. As fontes dietéticas ricas em vitamina D3 (colecalciferol) incluem gema de ovo, óleo de peixe e de fígado de bacalhau, enquanto que a vitamina D2 (ergocalciferol) é encontrada em plantas e leveduras e tem sido adicionada ao leite em países desenvolvidos. Na pele, o 7-dehidrocolesterol (pró-vitamina D3) está presente em grandes quantidades nas membranas celulares dos queratinócitos na epiderme. Através da ação da luz ultravioleta, o anel B do 7-dehidrocolesterol é quebrado formando a pré-vitamina D3. A pré-vitamina D3 é instável, sendo rapidamente isomerizada à vitamina D3, através de energia térmica.Os níveis sangüíneos de fosfato, cálcio e PTH são os principais responsáveis pela produção de 1,25(OH)2D.
Juntamente com o PTH, a vitamina D exerce papel fundamental na regulação das concentrações extracelulares de cálcio. Sua ação primordial é no trato digestivo aumentando a absorção intestinal de cálcio e fósforo. Através de receptores nucleares encontrados no intestino delgado, a 1,25(OH)2D aumenta a síntese de proteínas envolvidas no transporte de cálcio através da mucosa intestinal. No osso, fisiologicamente atua de forma permissiva na mineralização da matriz protéica óssea. Frente a níveis reduzidos de cálcio na dieta, sua ação no osso passa a ser indutora da reabsorção.
A calcitonina é um peptídeo com 32 aminoácidos, secretado primariamente pelas células C da tireóide. Embora conhecida há mais de 30 anos, a função desse hormônio na regulação do metabolismo mineral ósseo em humanos ainda não está totalmente esclarecida. Sabe-se que a calcitonina atua diretamente nos osteoclastos, determinando uma diminuição da reabsorção óssea. Devido a essa propriedade, a calcitonina passou a ser utilizada em distúrbios caracterizados por aumento da reabsorção óssea. As concentrações sangüíneas de cálcio ionizado são o principal regulador da secreção desse hormônio. Agudamente, o aumento e redução da calcemia resultam respectivamente em um incremento e diminuição na secreção da calcitonina.
Referência bibliográfica:
http://www.scielo.br/pdf/abem/v47n1/a04v47n1.pdf
DEVLIN, T.,M. Manual de bíoquimica com correlações clínicas. 6ª edição. Ed. Blucher. São Paulo -2007
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