domingo, 22 de agosto de 2010

Painel - Apoptose


Apoptose

Um dos fenômenos celulares envolvidos no envelhecimento da célula é a apoptose, que é um fenômeno de morte celular programada que ocorre individualmente, ou seja, não leva à morte de células adjacentes. A apoptose participa de várias situações fisiológicas e é um mecanismo rigidamente controlado por expressões genéticas decorrentes da interação da célula e o meio externo.

Ao sofrer apoptose, ocorrem mudanças morfológicas na célula, entre elas a fragmentação do núcleo; condensação da cromatina; fragmentação do DNA; formação de “blebs“ na membrana, que são prolongamentos que envolverão o conteúdo celular, formando os corpos apoptóticos, que serão rapidamente fagocitados por macrófagos, evitando assim um processo inflamatório.

Há duas vias por quais ocorre a apoptose, uma extrínseca e outra intrínseca (mitocondrial). Na via extrínseca, os sinais de morte são recebidos pelos receptores da morte, localizados na superfície celular, eles se ligam à proteínas que induzirão o início da apoptose, como FAS e o FNT, e desencadearão uma cascata de caspases, que são as enzimas responsáveis pela a morte celular programada. Já na via intrínseca, os sinais convergem principalmente para a mitocôndria, levando a libração do citocromo c para o citosol, onde ele se ligará e ativará uma proteína adaptadora chamada Apaf-1, ativando assim a cascata de caspase.

Como foi dito, a apoptose deve ser rigidamente controlada, tendo alguns genes responsáveis por esse controle. Alguns genes da família Bcl-2 como Blc-2 e Bcl-X inibem a apoptose atuando no bloqueio de liberação de citocromo c pela mitocôndria. Já outros membros dessa família, como o Bax e Bak, estimulam a apoptose aumentando a liberação do citocromo c. Também existem proteínas conhecidas como IAPs (proteínas inibidoras de apoptose), que se ligam às caspases e procaspases bloqueando sua atividade. Para “deter” as IAPs, a mitocôndria, além de liberar o citocromo c, também libera uma proteína denominada Smac/Diablo, que se interage com as IAPs impedindo que estas bloqueiem a atividade das caspases.

A proteína p53 participa do ponto de checagem na fase G1 do ciclo celular, caso haja danos no DNA da célula que se encontra em proliferação, a p53 irá estimular a morte da célula em questão, caso o dano no DNA não possa ser revertido. A mutação do gene dessa proteína é responsável por grande parte das causas de câncer.

Alterações na regulação da apoptose podem estar envolvidas com algumas doenças, como por exemplo Mal de Alzheimer e Parkinson, quando há o aumento da taxa de apoptose. Já a diminuição da taxa de apoptose pode estar relacionada à doenças auto-imunes e ao câncer.


Bibliografia:

http://www.inca.gov.br/rbc/n_53/v03/pdf/revisao4.pdf
http://revistas.unipar.br/saude/article/viewFile/218/192
http://www.metrocamp.edu.br/pesquisa/pdf/02.pdf
http://www.iapo.org.br/manuals/VI_Manual_br_Teolinda%20Morales.pdf:




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