"Dona Gasparina diz que não se lembra da idade. “Nasci em 1935”, informa. Aos 72 anos, ela demonstra que tem alguns lapsos de memória e foi por isso que decidiu participar da Oficina de Memória, oferecida pelo curso de Terapia Educacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, com aulas realizadas semanalmente às quintas-feiras.
Coordenadora do curso, a professora Carla da Silva Santana diz que, a exemplo de dona Gasparina, há muitas pessoas com mais de 60 anos com esse tipo de problema, isso não significando, explica, que tenham adquirido o mal de Alzheimer ou estejam com sintomas de senilidade, demência, como muitas vezes pensam.
Estratégias
Pode até ser e, nesse caso, feita a avaliação, são encaminhadas para um neurologista. Mas este não é o objetivo principal da Oficina da Memória. Carla lembra que a perda de memória ocorre até com jovens. A diferença é que os idosos, muitas vezes, valorizam demais essa questão. A proposta da oficina é identificar as dificuldades e pensar estratégias de compensação das perdas. Não há o objetivo de aplicação de exercícios mentais, nem o de impor qualquer tipo de terapia.
O que ocorre basicamente durante a oficina é a conversa descontraída, em que, ao lado da abordagem de diferentes temas do dia-a-dia, há a demonstração de que o idoso não deve se preocupar tanto por ter esquecido onde deixou os óculos ou outras coisas do gênero.
Há também a oferta de atividades de leitura, fotografia, brincadeira e dança, incluindo a lembrança de músicas que o idoso aprendeu quando criança, tudo isso se voltando à prática da rememoração.
“Essas atividades são importantes, quando se sabe do problema de isolamento que o idoso pode estar sofrendo, não tendo com quem conversar, às vezes falando sozinho por causa disso. O isolamento é que resulta na falta de estímulo à memorização”, observa Carla, enfatizando também a importância de fazer com que os idosos sejam agora protagonistas, como o foram antes, transmitindo tudo que sabem aos mais novos."
Referência:
http://www.portaldoenvelhecimento.net/artigos/artigo2776.html
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