quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CÂNCER E ENVELHECIMENTO


O envelhecimento é um fator de risco determinante no desenvolvimento do câncer no homem. Dois terços dos casos são diagnosticados em indivíduos com mais de 65 anos, e a taxa de mortalidade ultrapassa 80%.
O câncer é uma doença fortemente influenciada por fatores ambientais. A exposição mais prolongada a agentes carcinogênicos (substâncias químicas do ambiente ou da alimentação e agentes físicos como certos tipos de radiação) resulta em uma maior chance no desenvolvimento de células tumorais. Portanto, quanto mais se vive, maior a chance de acometimento por câncer. Tais agentes carcinogênicos são capazes de efetuar uma mutação e alterar, definitivamente, a constituição genética da célula.
O câncer pode estar relacionado, dentre outros, a uma mutação ou deleção do gene p53, que em uma célula normal suprime a formação do câncer através de diversos mecanismos. Impede que células que apresentem algum dano no DNA avancem para a fase S do ciclo de divisão antes que este seja reparado, além de participar no desencadeamento do processo de apoptose.
Experimentos demonstraram que após uma exposição à mesma dose de agentes carcinogênicos, apareceram mais tumores em camundongos idosos do que em camundongos jovens. Essa susceptibilidade maior se deve ao reparo macromolecular ou detoxicação xenobiótica, ou ambos, vigilância imune diminuída e resposta estromal à transformação maligna.

célula cancerígena se dividindo

Demonstrou-se que várias vias do envelhecimento são importantes no desenvolvimento e progressão do câncer. Dentre eles, se destacam os telômeros e as telomerases, já citados em posts anteriores. O encurtamento progressivo dos telômeros a cada ciclo celular limita as replicações da célula. A telomerase mantém o tamanho dos telômeros, de maneira a permitir a continuidade das divisões celulares. Nos tumores, a reativação das telomerase induz a proliferação indefinida das células.
Recentemente, evidenciou-se que alterações associadas a proteínas relacionadas aos telômeros podem resultar em alterações genômicas e levar à lesão do DNA. A instabilidade genômica é causa do câncer e também contribui para o envelhecimento, portanto, é de se esperar a disfunção telomérica esteja relacionada ao aparecimento do câncer em idosos.
Necessita-se, portanto, de pesquisas profundas nessa área, tendo em vista o processo de envelhecimento populacional que vem se desenhando no contexto atual.

Bibliografia:
Aula 04 - Câncer e envelhecimento - Maria Helena Faria Ornellas de Souza
www.portalinclusivo.ce.gov.br/
A célula 2001 - Hernandes F. Carvalho e Shirlei M. Recco Pimentel - Editora Manole

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